Monday

the times we had. when the wind was blowing rain and snow, were not all bad.

outro dia no meu sonho as casas verdes desapareciam. a cor era algum tipo de marca, pra indicar que era aquela ali que tinha que ir. no mesmo sonho, de repente, um oceano grande e azul me cortou e deixou ferida aberta. não me afoguei, porque não era o tipo de água que afoga. era só um oceano. grande e azul. acordei sem entender. mas vi que essa era a última chance. as vezes esses tropeços nos causam um bocado. pisquei os olhos no caminho do ônibus. sentada olhando pela janela, revendo e fazendo filmes. uns já passaram, outros ainda por passar. até brigas a gente vê, romantiza. quando acorda já é quase hora de descer. e nada foi decidido. talvez fosse preciso perder o ponto pra assistir um pouco mais. perder o início desse filme agora seria tão insuportável quanto perder o trem. alguém lá na frente puxou a cordinha. o sinal acendeu. uma, duas, será que teria uma terceira vez? não sei quantas vezes o sinal acende. enquanto ele não pisca, acho que tudo bem. era alguém que pedia pra descer na próxima parada, e ela nem bem chegara.

fui atropelada por essa música que me provoca uma coisa. me faz pensar. parece que projeta esse filme que tem dentro da gente. um atropelamento poético. e não sei. é só inexplicável. ficou no repeat.

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